A Esfinge
Decifra-me ou te devoro!
Olhe com os olhos da mente
Ve, eu imploro
Es minha fonte, minha guia permanente
Pelos caminhos tortos que andamos
Mas não me tentes julgar
Apenas decifra-me se puderes
Jamais digas o que eu não sei
O que eu já sei deixo para todos
Só poucos irão entender
Só nós vamos saber
Depois do gosto amargo do nosso passado
Desfrutar o futuro, o que há pra nós
Por onde andaremos depois
Se já se foi todo o brilho, o nosso afecto
Toda falsa ideia, que é necessário um recomeço
Mas que fúria é essa que nos aflora?
Que nos embriaga como licor
Mas é sempre a dose certa e mais forte
O ponto máximo do nosso amor
Será que haverá um limite para tudo?
Será que é preciso ficar nu?
Mas já me despi de ilusões, desfiz meus sonhos
Nosso maior enigma é inventar mistérios
Decifra-me ou te devoro!