01 janeiro 2007

PORQUE NÃO SE PENSA ASSIM



O BOM de falar de sexo é que uma pessoa nunca se cansa. Pode cansar-se de fazer mesmo assim tenho as minhas duvidas hi hi hi , mas de falar sobre o tema é que não, até porque dá muito menos trabalho. Já toda a gente sabe que o sexo é bom e faz bem à saúde, por isso falar sobre ele, debatendo de forma descontraída ideias, preconceitos, tabus e truques não deve com certeza fazer mal a ninguém. Ou será que sim? Será que na sociedade portuguesa já se pode falar à vontade sobre sexo?

Há tempos o ex-apresentador do programa Factor G Jorge Correia de Campos falava abertamente de homossexualidade. Entre alguns clichés, fez uma analogia que me deixou a pensar: há 20 ou 30 anos, o facto de uma mulher ser mãe solteira ainda era um escândalo na sociedade, ou pelo menos uma marca discriminatória, enquanto hoje já ninguém reage dessa forma. O mesmo está a acontecer com a homossexualidade.

Era tão bom se fosse assim. Até pode ser nas grandes áreas urbanas, mas no interior do país as coisas passam-se de forma diferente. Quanto mais pequena é uma estrutura so cial, mais opressiva tende a ser. Acredito firmemente que, se o nosso território fosse mais vasto, também os espíritos seriam mais abertos. Felizmente, um punhado de homens inteligentes comandados pelo Infante D. Henrique – que, segundo as más-línguas da época, era gay – decidiu pôr o seu engenho ao serviço da curiosidade para descobrir novos mundos. De outra forma, teríamos sucumbido à nossa incontornável pequenez. Uma tacanhice que se sente em tudo, até na tendência quase patológica para nos escondermos atrás de preconceitos e comportamento hipócritas.

O sexo é uma forma de poder. Trocamos sexo por afecto, atenção e segurança. Cultivamos o bom sexo – em podendo, porque, como dizem os americanos, it takes two to tango – para nos sentirmos mais felizes. Porque não aceitamos de uma vez por todas a verdadeira importância do sexo nas nossas vidas? E porque não aprendemos uns com os outros a falar sobre ele, trocando ideias, experiências e pontos de vista? Se são precisas duas pessoas para dançar tango, também é preciso abrir os espíritos e soltar a língua sobre um dos maiores prazeres da existência.

1 comentário:

Clementine disse...

Sabes uma coisa, eu pelo que tenho visto, vejo os jovens cada vez mais com preconceitos, a sério! mas espero que isso mude..as pessoas tÊm de começar a abrir horizontes!! em relação ao sexo tens toda a razao, n tem logica n falar...bj grande!! =) *